_Agremiação petista tem trunfos importantes, que podem influenciar fortemente no desfecho da corrida às urnas na capital maranhense_
Uma novela com o final feliz! Assim podemos definir a tão sonhada aliança que une, de maneira concreta, as esquerdas na capital maranhense. Muito embora estivesse sendo dada como certa, a união do PCdoB do governador Flávio Dino, representado por Rubens Júnior, com o PT de Lula, entenda-se Honorato Fernandes, somente ocorreu na noite desta sexta-feira(11), durante encontro de Tática Eleitoral, onde 33 dos 45 membros do Diretório Municipal definiram o rumo do partido na capital maranhense, nas eleições municipais de 2020. Outros seis filiados se abstiveram do processo.
Além de consolidar o apoio ao prefeiturável do PCdoB, que esteve presente no encontro ao lado do presidente estadual da sigla, o deputado federal Márcio Jerry, o vereador Honorato Fernandes, presidente do Diretório Municipal, também foi o escolhido para ser companheiro de chapa na aliança que além do PCdoB e PT, reúne também o Cidadania, liderado pela senadora Eliziane Gama; pelo PP, comandado pelo deputado federal André Fufuca; pelo DC, presidido por Totó Martins e pelo PMB, dirigido por Efigênia e Samuel Silva.
Com a chegada do PT, na atual conjuntura, sem sombra de dúvida, Rubens Júnior reúne as melhores condições políticas e partidárias – incluindo aí tempo de rádio e TV para a disputa na sucessão municipal.
DIFICULDADES SUPERADAS
A confirmação da aliança PT/PCdoB não surpreendeu, mas somente demorou ser anunciada porque, além de seguir um roteiro formal de reuniões e encontros com as direções nacionais de ambas as agremiações partidárias, a fim de materializar as decisões de caráter eleitoral, existem também as várias correntes internas, principalmente no PT, que costumam se digladiar defendendo suas posições.
Em relação à sucessão em São Luís, havia no partido grupos pregando candidatura própria, aliança com o PSB e um grupo majoritário defendendo a aliança com o PCdoB, que acabou sendo o vitorioso. Esses grupos bateram cabeça durante meses, mesmo sabendo que politicamente o PT não teria como não apoiar o candidato do PCdoB, principalmente sendo ele o deputado federal Rubens Júnior. O ‘vai não vai’ interno que se prolongou foi na verdade ganho de tempo, uma vez que a aliança era favas contadas.
TRUNFOS DO PT
A entrada do PT na base de apoio do candidato do PCdoB fortalece expressivamente. Isso porque, a agremiação petista tem trunfos importantes, que podem influenciar fortemente no desfecho da corrida às urnas em São Luís. Para começar, o partido entra com preciosos minutos de tempo para a campanha no rádio e na TV, dando a Rubens Júnior a garantia de espaço para se comunicar com o eleitorado.
Entra também com o prestígio do ex-presidente Lula da Silva, que na avaliação popular de observadores tem peso durante a campanha. E ainda fortalece a caminhada do candidato do PCdoB com uma militância aguerrida, que somada a do PCdoB, animará expressivamente a campanha.
Outro ponto que precisa ser levado em consideração é a densidade eleitoral do partido, tomando por base os dados da eleição de 2018. Dos 217 municípios maranhenses, o candidato petista Fernando Haddad venceu em 214, abocanhando um total de 61,26% dos votos. Em São Luís, carinhosamente chamada de Ilha Rebelde, a situação não foi muito diferente. Nas seis zonas eleitorais ludovicenses, Haddad venceu em quatro, obtendo 45,67% dos votos, ou seja, a participação do PT na aliança terá, portanto, uma importância capital.