Mais uma tragédia abala a cidade de Imperatriz, no Maranhão. A adolescente Evely Fernanda Rocha Silva, de 13 anos, faleceu nesta terça-feira (22) no Hospital Municipal de Imperatriz, após complicações provocadas por uma grave intoxicação alimentar. Evely não resistiu a um quadro de choque vascular e falência múltipla de órgãos.
Ela é a segunda vítima fatal do caso. Seu irmão, Luís Fernando, de apenas 7 anos, morreu na madrugada da última quinta-feira (17), após consumir o mesmo ovo de Páscoa supostamente envenenado. A mãe das crianças, Mirian Lira, também ingeriu o chocolate e segue internada, com o estado de saúde estável. Segundo boletim médico, ela apresenta boa resposta ao tratamento e pode ter alta nas próximas 72 horas, caso continue evoluindo positivamente.
Suspeita de envenenamento e crime premeditado
De acordo com a Polícia Civil, a principal suspeita do crime é Jordélia Pereira Barbosa, de 35 anos, que foi presa e transferida no último domingo (20) para a Unidade Prisional de Ressocialização Feminina de São Luís (UPFEM). Jordélia teria comprado o ovo de Páscoa em um supermercado de Imperatriz, no dia 16 de abril, às 15h41, conforme mostram imagens de câmeras de segurança. Ela estava disfarçada com peruca e óculos escuros.
Ainda no mesmo dia, o ovo foi entregue à casa de Mirian por um motoboy, acompanhado de um bilhete:
“Com amor, para Mirian Lira. Feliz Páscoa.”
Momentos após consumirem o chocolate, mãe e filhos passaram mal. Luís Fernando morreu horas depois e Evely lutou pela vida por cinco dias até o desfecho trágico.
Motivação seria ciúmes
As investigações apontam que o crime pode ter sido motivado por ciúmes e vingança. Jordélia é ex-esposa do atual namorado de Mirian, e, segundo a polícia, estaria inconformada com o fim do relacionamento e o envolvimento do ex-companheiro com a vítima.
Relatos de familiares e o depoimento do namorado de Mirian foram cruciais para a identificação da suspeita. A irmã de Mirian contou que, após receber o ovo, a vítima recebeu uma ligação anônima perguntando se ela havia recebido o presente. A voz feminina não se identificou, mas disse que “ela saberia quem era”.
Jordélia foi localizada quando tentava deixar Imperatriz rumo a Santa Inês. Foi presa ao descer de um ônibus intermunicipal, portando duas perucas, restos de chocolate e bilhetes de passagem. Ela confessou a compra do chocolate, mas nega ter envenenado o produto.
A Polícia Civil continua investigando o caso. Laudos periciais deverão confirmar a presença de substâncias tóxicas no ovo de Páscoa e determinar com exatidão a causa das mortes.